O PET
História UFTM tem atuado desde sua fundação, em 2010, na
indissociabilidade do ensino, da pesquisa e da extensão. Sob essa prerrogativa,
aproximando de comunidades periféricas de Uberaba-MG, o PET História buscou formar professores-historiadores e
sujeitos sociais com teoria e método, sensibilidade e clareza sobre os debates
teóricos que são a base da reflexão histórico-historiográfica, mas também
disponível e em diálogo com a comunidade que nos circunda.
Entre 2010 e 2013, sob
a tutoria do Prof. Dr. Clayton Cardoso Romano, o grupo trabalhou junto à comunidade
de moradores dos bairros Estrela da Vitória e Jardim Planalto. O objetivo foi
fazer o mapeamento dos bairros, procurando detalhar os indicadores econômicos, políticos
e socioculturais dos moradores, através da história oral da comunidade, captada
em entrevistas. Também atuou-se no espaço escolar da E. E. Carmelita Carvalho
Garcia e E. M. Norma Sueli Borges, buscando desenvolver metodologias para o
ensino de historia em comunidades populares, elaboradas com a participação de
todo o corpo escolar (direção, coordenação, professores, estudantes). A memória e a cultura popular da comunidade do
Bairro Planalto foram a base para a produção do primeiro vídeo-documentário
do PET História UFTM.
Entre 2014 e 2016, agora
sob a tutoria da Profa. Dra. Sandra Mara Dantas, o PET História UFTM atuou no Bairro
Abadia, um dos mais antigos e populosos bairros de Uberaba. Imbuídos do
trabalho de pesquisa e extensão junto à comunidade local, com o auxílio da
metodologia da história oral e dos estudos teóricos da memória, ajudaram a se
aproximar e divulgar as identidades que compõe esse espaço uberabense. O
trabalho com documentação impressa, a partir do
Arquivo Público de Uberaba e do Santuário Nossa Senhora Abadia, colaborou juntamente com as
entrevistas dos moradores a compor a história do lugar e seus sujeitos. Como
resultado o grupo produziu seu primeiro livro Baú de Memórias: entre a
identidade e a diversidade no Bairro Abadia (https://pethistoriauftm.blogspot.com/p/arquivo-do-livro.html), um documentário (https://www.youtube.com/watch?v=WcwhAf0yk-0&t=17s e desenvolveu várias atividades de
ensino nas escolas do Abadia.
Em 2017, através de
envolvimento com grupos como o da Universidade Aberta à Terceira Idade (UATI) e
a Unidade de Atendimento ao Idoso (UAI), o PET História desenvolveu o trabalho
sobre “Os Idosos na História”. O foco era Estudar a velhice,
entendendo-a como uma questão de cidadania e reconhecendo esse grupo social
como fundamental na construção dos processos históricos. Nesse sentido, o
trabalho focou-se em visitas a espaços de convivência do idoso, propondo
oficias e atividades que os múltiplos modos da pessoa idosa (re)construir sua história
e, simultaneamente, buscando compreender como as alterações históricas
impactavam suas percepções e formas de inserção e ação no mundo social. Como
resultado do trabalho o PET História UFTM produziu um livreto que foi distribuído
às instituições que participaram das atividades e para a comunidade acadêmica.
Em 2018, o trabalho do
grupo voltou-se para a história de Peirópolis, distrito de Uberaba. O bairro rural de Peirópolis em
Uberaba é uma comunidade de aproximadamente 300 moradores, distante 20 km do
centro urbano, marcada por algumas singularidades como o fato de ser um sítio
histórico-paleontológico, tombado pelo Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico
de Uberaba; ter o turismo como atividade econômica fundamental e uma identidade
sócio espacial específica. O bairro teve início no final do século XIX com a construção
de uma estação ferroviária da extinta companhia Mogiana, a qual contribuiu para
o processo de povoamento e posterior urbanização do bairro.
Numa primeira etapa o grupo esteve dedicado a estudar os processos históricos recentes
de constituição da Associação Amigos de Peirópolis e a fundação do Museu dos
Dinossauros, utilizando da metodologia da história oral com a entrevista dos
moradores e também de documentação histórica presente no Arquivo Público de
Uberaba entre as décadas de 1980-2010.
Em 2019, já sob a tutoria da Profa. Dra. Cláudia Regina Bovo, a investigação
ampliou-se temporalmente para o início da formação do bairro (1890) e para
adoção dos mecanismos teóricos práticos da história pública como elemento para
divulgação e educação histórica sobre Peirópolis. O PET História UFTM
dedicou-se ao eixo temático História Pública, Educação Histórica e
Identidade em Peirópolis. O objetivo geral foi contribuir para o
desenvolvimento de ações de ensino, pesquisa e extensão que explorassem a
articulação teórico-prática entre a História Disciplinar e a História
Pública, promovendo ações relacionadas à identificação, conservação e
exploração dos bens patrimoniais materiais e imateriais de Peirópolis e seu
lugar na História de Uberaba e do Brasil.
Foram utilizados as redes sociais para divulgar as pesquisas e trabalhos
de ensino e extensão desenvolvidos pelo PET História. Foram atualizados o Blog
do PET História UFTM (https://pethistoriauftm.blogspot.com/),
o canal do PET História UFTM no Youtube (https://www.youtube.com/channel/UCBY-PVwh4yHr3sw3VaHXCSg),
página oficial no Facebook (https://www.facebook.com/pethistoriauftm/)
e criados o perfil do PET História UFTM no Instagram (https://www.instagram.com/pethistoriauftm54/?hl=pt-br),
e 2 jogos didáticos. Uma preocupação premente do PET é a integração com a
graduação e com outros grupos PETs, tanto no âmbito da UFTM como de outras
IES. Para tanto, buscamos realizar atividades como ciclo de palestras Comemorar
a História: ensino, pesquisa e extensão, dedicado a trazer palestrantes
para debater temas pertinentes para formação do professor e do historiador e
participar dos eventos acadêmicos como o SudestPET (encontro da regional
sudestes dos Programas de Educação Tutorial), o EnaPET (Encontro
Nacional dos Programas de Educação Tutorial), as semanas de História da UFTM,
UFU, Unesp e os encontros regionais e nacionais da ANPUH – Associação
Brasileira de História.
Com vistas a proporcionar uma formação ampla na licenciatura em
História da UFTM, o PET História UFTM incentiva o intercâmbio de
saberes entre diferentes espaços (formais e não formais) de aprendizagem,
ultrapassando o universo acadêmico-científico e alcançando espaços de
experiência de saberes tradicionais e populares. Na interação com a
comunidade, com os diversos espaços acadêmicos e com os demais grupos PET da
UFTM e nacionais, os mais de 90 petianos, bolsistas e voluntários, que passaram
por aqui durante esses 10 anos forma estimulados a desenvolver competências e
habilidades múltiplas que, efetivamente, buscam aprofundar não apenas sua
formação profissional e intelectual, enquanto professores-historiadores, mas
os incentivam também na formação pessoal para a consciência de solidariedade e
colaboração.