Gripe Espanhola em Uberaba e COVID-19: quais os impactos da pandemia de 1918 e o que podemos aprender com a pandemia atual?

Em tempos de coronavírus (COVID-19), todo cuidado é pouco.
Seja isolamento, cuidados com higiene e seguir as recomendações
dos órgãos de saúde, para evitar que o vírus se espalhe ainda mais
e principalmente por não termos uma vacina eficaz. Em 1918, o mundo
sofreu com os impactos causados pela gripe espanhola, que atingiu
toda a humanidade e teve dois momentos: o primeiro foi até a metade
de 1918 com efeitos “pequenos”, já no segundo momento, no final do
mesmo ano, a influenza sofre uma mutação, alastrando-se para
o mundo todo. No Brasil estima-se que o vírus teria chegado por meio
do navio inglês Demerara, atracado em Recife.
A partir desse surto epidêmico, muitas cidades tornaram-se
instantaneamente, cidades fantasmas, como a cidade de Campinas/SP. 
Uberaba entrou em estado crítico, pois havia apenas uma empresa funerária
e devido a demanda de sepultamentos aumentar, a própria população se viu
obrigada a produzir urnas funerárias e inclusive a enterrar os mortos.
Na zona rural, os doentes eram conduzidos em redes, por parentes
e amigos, à procura de atendimento médico, sendo que muitos eram deixados
às margens das estradas rurais por estarem contaminados, ficando
no mesmo lugar até morrerem e ser enterradas um dia pós morte.

De acordo com o Livro de Registro de Sepultamento do Cemitério
São João Batista de Uberaba se constata que no mês de outubro
houve 2 óbitos e em novembro houve o total de 285.
As últimas pessoas contaminadas surgiram em dezembro de 1918.



Como podemos ver, essa pandemia teve um período curto,
mas o suficiente para aterrorizar as pessoas. É bem notável que
as mesmas não se omitiram diante da tragédia.
Todos nós devemos nos mobilizar e fazer a nossa parte, para que
o coronavírus não se propague cada vez mais no local em que vivemos.

Referências: BERTUCCI, Liane Maria; Influenza, a medicina enferma; Ed. Unicamp
Jornal: Lavoura e Comércio, Uberaba, outubro e novembro de 1918.
Acervo: Superintendência do Arquivo Público de Uberaba; Livro: Registro de Sepultamento de Uberaba, 1911 a 1930.